Perseguição aos cristãos matou mais pessoas nos últimos cem anos do que em toda a sua história anterior
PORQUE SÃO OS CRISTÃOS O GRUPO MAIS PERSEGUIDO NO MUNDO?
António Justo
António Justo
O Cristianismo é um fator desmancha-prazeres para detentores
do poder e carreiristas. Ele coloca o interesse da pessoa no centro e em
segundo plano os interesses de economias, ideologias, culturas e estruturas
sociais. Todas as estruturas do poder não se sentem bem ao verificarem que uma
estrutura global, como o Catolicismo, se erga, globalmente, como voz das
pessoas sem voz. Muitos poderosos, especialmente na África e na Ásia, constatam
que onde os cristãos estiveram, a democracia, a liberdade política e religiosa,
os direitos humanos começaram, por primeiro, a germinar, apesar da corrupção
inerente à pessoa. Isto complica-lhes o domínio.
O cristianismo não pertence a nenhuma cultura, raça, sistema
ou ideologia; o seu lugar é o Homem e o seu Deus encontra-se no interior de
cada pessoa independentemente de confissões religiosas e da crença em Deus.
Isto perturba e torna-se numa “ameaça” para quem quer fazer o seu negócio, sem
problemas de consciência, à custa da pessoa.
O cristianismo é perseguido em toda a parte porque é mais
que uma crença, é mais que uma religião. Ele é a religião, a filosofia, do
Homem individual integrado na comunidade universal sempre a caminho e sempre em
revelação! Consequentemente a dignidade humana encontra-se no Homem e não fora
dele; ela não se encontra na cultura, na Constituição, na religião nem na
nação. O lugar de Deus é o Homem e isto perturba todas as estruturas e
ideologias. Por isso estruturas e sistemas de poder da humanidade passarão mas
o cristianismo não passará. Tudo o que verdadeiramente serve o Homem no seu ser
humano, permanecerá, o resto passará.
Assim, as estruturas e as formas do poder serão sempre
relativas e passageiras e os poderosos encontrarão a barreira do Homem, com a
sua dignidade, ao seu poder. As culturas, os partidos, as formas de governo
passarão, o cristianismo, no que tem de matriz humana não passará. Naturalmente
que muitos cristãos e não cristãos só conhecem e se interessam pelo folclore cristão.
Esta é também uma realidade humana.
No Natal foram assassinados 86 cristãos na Nigéria; nas
Filipinas, devido a um atentado à bomba, foram feridas 11 pessoas numa missa de
Natal; no Iraque no Natal houve atentados a casas de cristãos e foram impedidas
as missas devido a ameaças de islamistas; na passagem de ano, no Egipto, com um
atentado a uma Igreja foram mortos 21 cristãos e 97 feridos; no Paquistão moças
e mulheres cristãs são violadas por muçulmanos para assim ficarem
estigmatizadas como “impuras” na sua cultura. Meninas cristãs de 12-13 anos são
violadas por muçulmanos, ficando assim impedidas de casar. Por estes e outros
meios se impede a proliferação dos cristãos. O maior problema está no facto de
tudo isto acontecer no meio do povo sem uma palavra que se levante em defesa
dos inocentes. Segundo o Corão todos os meios que sirvam o Islão são legítimos.
O atentado assassino do Egito foi atribuído a uma rede de
terror de fora do país e o governo egípcio fala como se os cristãos coptas do
Egito não fossem discriminados. Por um lado são discriminados e por outro lado,
procura-se através de ofertas de dinheiro e de ofertas de perspectivas
profissionais levá-los à conversão, como me testemunhava um estudante egípcio
na Alemanha.
No momento em que os muçulmanos atingem 50% da população
duma região ou país, passam à ofensiva, exigindo a independência e
discriminando os outros com as suas leis de maneira a torná-los minoria. No
sentido islâmico, a História da perseguição muçulmana nos países onde dominam é
uma História de “sucesso”, como mostra a perseguição da Turquia aos cristãos
com o holocausto aos cristãos arménios. Nos últimos 100 anos, a Turquia
conseguiu reduzir os cristãos de 25% da população para 0,1% atualmente. A
discriminação no Sudão, no Egito e muitos outros países segue a mesma lógica.
No Iraque a perseguição em curso contra os cristãos conseguiu reduzi-los de 1,5
milhões para menos de meio milhão.
Países islâmicos tornaram-se no Inferno ou pelo menos no
Purgatório dos Cristãos embora esses países sejam a sua terra natal. Os nossos
políticos não acreditam no “Inferno”, por isso não há uma perspectiva de
paraíso para eles, nos países em que são perseguidos.
O filósofo judeu Bernard Henry Levy constata que “os
cristãos formam hoje, à escala planetária, a comunidade perseguida da forma
mais violenta e na maior impunidade.” Esta realidade é calada e até
justificada, como se todo o mal do mundo fosse culpa dos cristãos. Esta
realidade tem de ser calada para se ter uma “boa consciência”!
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